Atento aos clientes mais endinheirados, o private banking do Banco do Brasil (BBSA3) está montando uma equipe decidida à gestão de fundos exclusivos – aqueles que têm apenas um cotista. A novidade está sendo colocada em prática junto à asset do banco, que soma R$ 1,5 trilhão sob gestão.
“Vamos conseguir agregar valor, especialmente para essa fatia de cliente ultra-high, que usa produtos mais exclusivos”, contou Guilherme Rossi, head da unidade Private Bank do BB, em entrevista ao Investnews. Por uma questão de sigilo, o executivo não revelou a quantidade de fundos desenvolvidos até o momento.
O fato é que a instituição tem tentado ganhar representatividade junto ao público de alta renda. Em 2023, enquanto os ativos sob gestão do mercado de private banking cresceram 11% no país, segundo dados da Ambima, no BB o avanço foi de 23,5% – maior percentual registrado nos últimos três anos. Em 2022, a alta tinha sido de 12,55%; em 2021, de 1,4%.
O agronegócio tem sido relevante para esse desempenho. Natural: só de 2022 para 2023 a atividade agropecuária cresceu 15,1%, ante 2,9% do PIB. E a área de private do BB tem somado esforços para atender os megaprodutores rurais. Hoje, são 12 escritórios dedicados ao atendimento desse público, localizados em cidades como Sorriso (MT), Rio Verde (GO) e Barreiras (BA).
“Os megaprodutores têm uma renda bruta anual vinda da atividade agropecuária bastante elevada e relevante. Mas não estamos preocupados só com as fortunas já constituídas. Estamos junto com esses megaprodutores para a construção de novas riquezas”.
— GUILHERME ROSSI, HEAD DA UNIDADE PRIVATE BANK DO BB
A estratégia é ampliar a relação com os clientes de alta renda para além da concessão de crédito – uma das grandes fortalezas do banco, que tem 60% do share do mercado de crédito no segmento private.
“Em 2023, começamos a trabalhar muito melhor as nossas sinergias internas, o que chamamos de transversalidade. Muitas vezes, grandes empresas eram atendidas pelo Banco do Brasil, mas seus sócios não tinham uma relação estreita na pessoa física”.
A personalização de produtos voltados a agentes do agronegócio também está entre as estratégias adotas pelo BB. No segundo semestre do ano passado, o banco começou a desenvolver um seguro personalizável que leva em conta o ramo de atuação do empresário, entre outras peculiaridades.
Um exemplo é o uso de geolocalização para identificar a produtividade potencial de uma fazenda para obter mais detalhes sobre o tamanho da produção e, com isso, calcular o valor do seguro.
“Muitas vezes, um seguro de prateleira [generalista] estava muito distante da realidade do cliente”, acrescenta Rossi.
No tema sucessão, o Banco do Brasil também tem uma iniciativa focada em atrair o público ultra-high. É o programa Generation, criado em 2018. A ideia ali é prestar consultoria para processos de sucessão dentro de empresas familiares – justamente as que representam boa parte do mundo agro.
Fonte: Invest News